Embora nestas concessões se dê prioridade aos salmonídeos é de referir algumas das espécies piscícolas objeto de exploração nas concessões:
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Truta-Fário (Salmo trutta)
Dadas as potencialidades dos cursos de água (esta espécie apresenta um número médio de efetivos), consideramos necessárias ações de fomento.
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Barbos (Barbus spp.) e Boga (Chondrostoma polylepis)
São as espécies mais abundantes no rio Ceira e na ribeira de Sinhel.
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Carpa (Cyprinus carpio) e Achigã (Micropterus salmoides)
São espécies que ocorrem em abundância, apenas na foz da Ribeira de Sinhel, em contacto directo albufeira da Barragem do Cabril.
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Truta-de-Rio, Truta-Fário (Salmo fario)
Origem e distribuição
Espécie indígena da Europa.
Em Portugal encontra-se nos rios do Norte e Centro e, mais a sul, no troço superior do rio Zêzere e no rio Sever. Esta espécie possui uma forma migradora anádroma - a truta marisca, que cresce no mar e se reproduz nos rios, ocorrendo nas bacias hidrográficas do Minho, Cávado, Âncora e Lima.
Características
Cabeça e olhos grandes. Mandíbulas com dentes agudos e fortes. A maxila superior ultrapassa o nível posterior do olho. Mandíbulas providas de dentes agudos e fortes. Coloração muito variável com a idade e o habitat. Possui geralmente o dorso é castanho a cinzento esverdeado, flancos esverdeados ou amarelos e ventre esbranquiçado ou amarelado. Corpo salpicado de manchas negras e vermelhas. Barbatana adiposa alaranjada na extremidade. A sua alimentação é principalmente de invertebrados, larvas, insectos aquáticos e pequenos peixes. É um predador muito voraz. Desova no outono-inverno, em locais com fundo pedregoso e águas pouco profundas e muito oxigenadas. Se as dimensões desta espécie forem inferiores a 19cm é proibida a sua pesca e comércio.
Habitat
Peixe territorial que vive em águas correntes, bem oxigenadas, límpidas e frescas. É uma espécie muito sensível à poluição e à elevação da temperatura.
Alimentação
Espécie muito voraz que se alimenta principalmente de invertebrados, larvas de insectos aquáticos e pequenos peixes.
Reprodução
Desova no outono-inverno, em locais de fundos pedregosos, em águas pouco profundas, frias e bem oxigenadas. Normalmente, migra para montante em busca de zonas de postura. Os ovos são depositados em depressões escavadas pela fêmea no leito dos rios.
Defeso
De 1 de Agosto ao último dia de Fevereiro. Em certos rios e albufeiras o período de defeso é diferente.
Comprimento mínimo de captura: 19 cm.
Para a truta marisca o comprimento mínimo é de 30 cm.
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Barbo (Barbus bocagei)
Origem e distribuição
Espécie autóctone da Península Ibérica. Em Portugal é muito comum, encontrando-se em todas as bacias hidrográficas, à excepção das do Mira, Guadiana e ribeiras do Algarve.
Estão referenciadas mais quatro espécies de barbo: o cumba, o barbo-de cabeça-pequena, o barbo-do-sul e o barbo de Steindachner, endémicas da Península Ibérica.
Características
Corpo alongado e comprimido lateralmente, com focinho pontiagudo. Boca inferior com lábios grossos, apresentando dois pares de barbilhos bem desenvolvidos.
O último raio simples da barbatana dorsal é ossificado e denticulado. Dorso castanho-oliváceo; flancos e ventre claro.
Habitat
Espécie de fundo que vive no setor médio dos rios, de correntes moderadas e de águas não muito frias, a chamada "zona do barbo". Refugia-se junto às margens, nas pedras e vegetação.
Alimentação
Espécie omnívora/detritívora que se alimenta de detritos e restos de plantas, moluscos, crustáceos e insectos.
Reprodução
Desova na Primavera, em zonas de fundos pedregosos e arenosos de águas pouco profundas e bem oxigenadas. Na época de reprodução os machos apresentam umas pontuações brancas à volta do focinho - tubérculos nupciais.
Defeso
De 15 de março a 31 de maio, sendo a abertura da pesca desportiva antecipada para 16 de maio, quer seja exercida individualmente ou em competição, sendo nesta última imposta a obrigatoriedade do uso da manga.
Comprimento mínimo: 20 cm
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Boga (Chondrostoma polylepis steindachner)
Origem e distribuição
Espécie endémica da Península Ibérica, que ocorre principalmente nas bacias hidrográficas do norte e centro do país, estando a sua distribuição limitada a sul, pela bacia hidrográfica do Sado. Estão referenciadas em Portugal mais três espécies: a boga-portuguesa, a boga-de-boca-arqueada e a boga-do-Guadiana, sendo a primeira endémica de Portugal e as outras duas da Península Ibérica.
Características
Corpo fusiforme e alongado, com focinho proeminente. Boca inferior e sem barbilhos. Lábio inferior com uma placa de bordo cortante. Barbatanas avermelhadas.
Habitat
Vive preferencialmente em locais de água corrente.
Alimentação
Alimenta-se de invertebrados, sobretudo de moluscos, larvas de insectos e vegetais, em especial pequenas algas.
Reprodução
No início da Primavera, efetua migrações para desovar a montante, em locais de água corrente, com pouca profundidade e de fundos de areia e cascalho.
Defeso
De 15 de março a 31 de maio, sendo a abertura da pesca desportiva antecipada para 16 de maio, quer seja exercida individualmente ou em competição, sendo nesta última imposta a obrigatoriedade do uso da manga.
Comprimento mínimo: 10 cm