Máscara de Cortiça
Nas Aldeias do Xisto do Concelho de Góis – Aigra Nova, Aigra Velha, Comareira e Pena – a imaginação entre os mais jovens era proveitosa, à falta de dinheiro para comprar materiais. A juventude preparava então, com esmerado rigor, várias formas para encobrir a face, não fosse alguém, por azar, reconhecer um folião. O que houvesse por casa servia bem: serapilheiras, fronhas velhas, trapos, um “peneiro das abelhas” ou, para os mais criativos e engenhosos, uma máscara feita a partir de cortiça.
Partir para a serra em busca de algum sobreiro mais antigo fazia parte do processo. Encontrar um pedaço de cortiça com uma forma que fornecesse uma face diabólica e horripilante era fundamental. Para aqueles que produziam mel, um velho e inútil cortiço das colmeias servia na perfeição!
Artesão José Cerdeira e as suas Máscaras
No ano de 2012, o artesão local de nome José Cerdeira, a pedido da associação Lousitânea – Liga dos Amigos da Serra da Lousã, iniciou a elaboração de várias máscaras que têm vindo a servir de produto promocional à Corrida do Entrudo. Todos os anos elabora um número significativo de máscaras para poder dar resposta aos pedidos. Foi José Cerdeira, com a sua forma rústica de fazer as peças, que deu a caracterização à imagem da máscara de cortiça de Góis. Entretanto, o aumento de novos foliões que produzem as suas próprias máscaras veio trazer novas formas, talvez mais personalizadas.
Registo da Marca
O Município de Góis procedeu ao Registo da Marca Nacional "Máscara de Cortiça", junto do Instituto Nacional de Propriedade Industrial, no ano de 2018, que recebeu o n.º 598769.
A Máscara de Cortiça é um produto característico do Concelho de Góis. O seu registo salvaguarda este artefacto, que tanto personaliza e caracteriza a “Corrida do Entrudo das Aldeias do Xisto de Góis”. Um símbolo.