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Feriado Municipal
A origem dos feriados municipais remonta à proclamação da República, em 5 de Outubro de 1910. Pelo decreto de 12 de Outubro, eram estipulados os feriados nacionais, dando-se aos concelhos a possibilidade de escolherem um dia do ano que representasse as suas festas tradicionais e municipais.
Em Góis, e em 1912, foi instituído o dia 24 de Junho, dia de São João, como feriado municipal. Nesse dia foi inaugurada a iluminação elétrica pública na vila, acontecimento relevante, após contracto estabelecido com a Companhia de Papel de Góis, sua fornecedora, a partir da produção na central hidráulica de Monte Redondo.
Mais tarde, a Câmara Municipal tornou móvel o seu feriado municipal, adaptando a data às festas programadas e ao interesse do turismo e dos imigrantes. Por algum tempo, foi na última terça-feira do mês de Julho, em outros anos durante o mês de Agosto.
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Recorte do jornal “O Varzeense”, n.º 233, Julho/Agosto de 1992
Em 1992, o elenco camarário decidiu repô-lo em dia fixo. Foi então solicitado ao vereador Eng. João Nogueira Ramos um estudo para a escolha da melhor data, tendo em conta a História e as tradições do concelho. Na sessão de 14 de Julho desse ano, realizada em Lisboa, na Casa do Concelho, a Câmara Municipal aprovou por unanimidade o dia 13 de Agosto, data relativa ao documento de doação das terras de Góis, no século XII.
A proposta apresentada por aquele vereador, na sessão de 14 de Julho, foi a seguinte:
«1 - É minha opinião que o Feriado Municipal deva ter um elo de ligação à História antiga do nosso concelho. Tratando-se de um concelho com um passado do qual todos nos orgulhamos, mal parecia que ali não se fosse procurar uma data que nos faça lembrar a importância que estas terras outrora tiveram.
Infelizmente não temos muitas fontes de informação. O incêndio ocorrido nos Paços do Concelho em 1887 e a inexistência de uma Biblioteca Municipal que reúna as obras dispersas pelo País são factos que contribuem naturalmente para dificultar uma investigação mais completa.
Entre as datas conhecidas, julgo ter interesse considerar as seguintes alternativas:
(…)
13 de Agosto – Data de doação de D. Teresa e do seu filho infante D. Afonso Henriques a Anaia Vestrares e sua mulher Ermesinda, para administrarem as terras de Góis.
Provavelmente tinham sido doadas já em data anterior (…), mas trata-se do primeiro documento escrito que se conhece sobre a sua Administração. O ano do documento é incerto: 1113, 1114 ou 1115 (…). O original está desaparecido e o dia indicado é o que consta da cópia em latim contida na Monarchia Lusitana, 3ª Parte, Livro 8º, dia este confirmado por documento existente no Tombo dos Morgados da Casa de Abrantes, arquivado na Câmara Municipal da Figueira da Foz. De notar a existência de uma outra cópia traduzida, na Torre do Tombo, com uma data pouco clara e aparentemente errada.
2- (…) Registe-se também que não se conhece a data oficial da constituição do concelho, esta sim podendo constituir uma alternativa a considerar.
Dentro dos indicados, julgo que 13 de Agosto será o dia mais apropriado para o fim em vista. Pelas seguintes razões:
- Está-se em presença do mais antigo documento conhecido sobre os primórdios do concelho.
- É um documento bem significativo da sua História, pois através dele as terras foram doadas para serem administradas, povoadas e defendidas, ainda em data anterior à da constituição da própria nação portuguesa, pelo seu futuro primeiro rei.
- É um dia que se insere em época de férias e em que os nossos imigrantes estão presentes em grande número no concelho.
- Não coincide com outro dia festivo no concelho. Também realço o facto de ser a antevéspera do 15 de Agosto, feriado nacional religioso. A conjugação dos dois feriados, o municipal e o religioso, poderá ser conveniente para proporcionar um período festivo de mais relevo em todo o concelho.
3- Face ao exposto, proponho o envio à Assembleia Municipal do pedido para que o Feriado Municipal de Góis seja fixado no dia 13 de Agosto.»
A proposta seria posteriormente aprovada na Assembleia Municipal.
De notar que esta reunião da Câmara Municipal em Lisboa terá sido a primeira e única vez que se realizou fora de Góis, em sessão normal de trabalhos, o que não deixa de ter a sua curiosidade.