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Santos Padroeiros
Orago – o mesmo que oráculo; santo a quem se dedica um templo ou uma capela; padroeiro; o templo ou a capela consagrados a esse santo.
(in Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Vol. V, Lisboa: Círculo de Leitores, 2015)
Segundo o costume católico, patrono, orago ou padroeiro é um santo a quem é dedicada uma localidade, uma profissão específica, associação ou templo (e.g. capela, igreja).
Na legislação que estabelece a simbologia associada às freguesias portuguesas, surgem, frequentemente, menções aos oragos dessas freguesias. Este facto tem dois significados: por um lado, tem o significado religioso de estender a "proteção" do santo para lá do templo, a toda a freguesia; por outro lado é um arcaísmo que reflete, na atualidade, a origem remota das localidades.
Com efeito, embora hoje uma freguesia seja uma instituição de caráter político e administrativo, exclusivamente subordinada aos poderes civis, a sua origem é a paróquia católica, que constituiu, em tempos, a malha mais fina de administração em Portugal.
Freguesia de Alvares
Orago: S. Mateus
São Mateus nasceu em Cafarnaum (cidade bíblica que ficaria a norte do Mar da Galileia), e exercia a profissão de cobrador de impostos quando Jesus o chamou. Escreveu o Evangelho em língua hebraica e, segundo a tradição, pregou no Oriente.
Fonte: Santos – S. Mateus, apóstolo e evangelista
Freguesia de Góis
Orago: Santa Maria Maior
Segundo alguns estudiosos, a veneração a Maria é uma transformação espontânea de cultos mais remotos à Terra Mãe, cujas reminiscências se converteram em Nossa Senhora da Rocha, da Penha, da Fraga ou da Lapa.
Foi o Concílio de Éfeso, em 431, que deu início ao seu culto oficial, proclamando a virgem Santa e Mãe de Deus. É através desta ideia de maternidade divina que fará o seu caminho na devoção e iconografia cristãs, sendo uma das figuras mais retratadas. A evolução do culto mariano na Península Ibérica acompanha o estabelecimento e expansão das ordens monásticas.
Relevo para a Ordem de Cister, que teve um papel fundamental no povoamento de Portugal após a Reconquista Cristã. Os sermões «Salve Regina» são atribuídos ao seu fundador, São Bernardo, cognominado «Cavaleiro de Maria» onde a Virgem é apresentada como advogada e defensora dos homens. Posteriormente, foi também adotada pelas ordens mendicantes.
No séc. XVI, a criação das Misericórdias pela rainha D. Leonor foi essencial para a aproximação da divindade a grupos sociais mais desfavorecidos. Através das obras de caridade fomentadas pelo poder régio e pela corte, reforçou-se a sua simbologia protetora. Repare-se como existe uma Misericórdia em cada cidade portuguesa, ajudando os mais carenciados.
A veneração da Mãe de Deus assumiu diversas formas ao longo dos tempos, simbolizando as diversas etapas da vida. De uma lista extensa, destacamos a Nossa Senhora da Conceição, da Natividade, do Desterro, da Boa Morte, da Assunção, das Dores e dos Remédios. Foi eleita padroeira de igrejas, mosteiros, catedrais, dioceses e mesmo de vilas e cidades. No séc. XVII, D. João IV nomeou Nossa Senhora Rainha de Portugal. Desde então, os reis portugueses deixaram de usar coroa real, que passou a fazer parte da representação de Nossa Senhora da Conceição. Ainda encontramos com frequência Santa Maria na toponímia portuguesa.
As diversas formas de veneração são diferenciadas através dos atributos, sendo o manto, a cor azul e a auréola comuns à maior parte das representações: a coroa real e o mundo aos pés da Nossa Senhora da Conceição, a pomba do espírito Santo na Anunciação, o Menino, o manto aberto em proteção na Misericórdia, o rosário, entre outros. Destacamos as imagens mais recuadas na Idade Média, de granito tosco, com a Virgem Maria em posição frontal, sentada e com o Menino no joelho esquerdo ou deitado no regaço e ainda duas expressões peculiares existentes na Península Ibérica: as Virgens Negras e a Senhora grávida do Ó.
União de Freguesias de Cadafaz e Colmeal
Cadafaz
Orago: Santo António
Nasceu em Lisboa (Portugal) no final do século XII. Foi recebido entre os Cónegos Regulares de S. Agostinho e, pouco depois da sua ordenação sacerdotal, ingressou na Ordem dos Frades Menores, com a intenção de se dedicar à propagação da fé entre os povos da África. Mas foi em França e em Itália que exerceu com grande fruto o ministério da pregação e converteu muitos hereges. Foi o primeiro professor de teologia na sua Ordem. Escreveu vários sermões, cheios de doutrina e de unção espiritual. Morreu em Pádua no ano 1231.
Fonte: Santos – Santo António de Lisboa, presbítero e doutor da Igreja
Colmeal
Orago: S. Sebastião
Foi martirizado em Roma no começo da perseguição de Diocleciano. O seu sepulcro, na Via Ápia «ad Catacumbas», foi venerado pelos fiéis desde a mais remota antiguidade.
Nasceu em Milão. Talvez o perseguidor já se tivesse afastado, ou talvez ainda não tivesse vindo a este lugar, ou seria mais condescendente.
De qualquer modo, Sebastião compreendeu que aqui, ou não haveria luta, ou ela seria insignificante. Partiu para Roma, onde grassavam severas perseguições por causa da fé; aí foi martirizado, isto é, foi coroado. Deste modo, ali onde tinha chegado como hóspede, encontrou a morada da imortalidade eterna. Se não houvesse mais que um perseguidor, talvez este mártir não tivesse sido coroado.